quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Planeta embriagado

Pensei que era solidão, mas era só embriaguez
Fujo desse mundo cão, dessa grande insensatez
O corpo que está no chão já não me pertence mais
Meu nome pouco importa, sou um número esperando a vez.

Meu pai sempre dizia: “meu filho, tem que ler”
Leio todo dia, a desgraça, a rebeldia, a tristeza
Alienação do que é de todos eu já cansei de ver
Talvez só indo embora, em busca da nobreza

Mas eu sei, meu caro, que isso não vai adiantar
O que adianta nesse mundo é roubar, roubar, roubar.
Roubar a honestidade, roubar a probidade, roubar a sua mente
Ainda que cristão, ainda que João, ainda que inocente

Não se engane sobre essa vida
Aqueles que sofrem não estão perdidos
Dizem que do outro lado ainda há uma chance
Mesmo que aqui eu não tenha amor e nenhum simples lanche.

Julio Cesar Oliveira

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