quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Mundo indiferente


Não vemos, não ouvimos, não sentimos.
No meio da noite gritamos no vácuo da solidão.
Quem somos, que caminhamos e ao lado não percebemos?
Amanhecemos e anoitecemos, retilínea é a vida para nossa visão.

No mundo dos iguais, somos desiguais.
A paisagem negativa de um espaço tomado.
Sem eira, nem beira, os que aparecem é que são os tais.
Condecorados, abençoados e sempre os mais votados.

Nada fizemos, nada conseguimos, no peito a espada.
Somente o papelão para aquecer esse coração.
Sem teto, sem terra, sem nada.
Ao abrigo do latido do companheiro cão.

Esmola, sede, fome, doença.
Quem somos, ó pátria amada.
Os indiferentes nessa grande indiferença.
A espera, sempre a espera, da pessoa amada.

Julio Cesar Oliveira

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